Nunca fui muito de cozinhar e nem me preocupar com comida, apesar de toda minha família encontrar sua paz atrás de um forno à lenha…quando morava com a minha mãe ela sempre fazia de um tudo, e eu só tinha a obrigação de comer! E assim, segui.
Na faculdade de nutrição, durante as aulas de Técnica Dietética, descobri que tinha uma mão boa para a coisa…sabia improvisar, e no fim dava tudo certo!
Mas mesmo assim, fazia por obrigação e nunca reproduzi nada do que aprendi em casa!
Até que fui morar sozinha e tinha a ilusão de que iria viver de deliveries, marmitas caridosas dos parentes, e alguma coisinha pronta que encontrasse no supermercado!
E então eu realmente vivi assim durante um ano inteiro…até o dia que a conta não fechou mais!
Gastava um absurdo por mês com comida, achava que todo o processo do cozinhar era demorado demais e a louça que me restava ao final me dava arrepios.
Os alimentos que comprava estragavam na geladeira e eu ficava frustrada porque Nutricionista que sou, não dava conta de gerir minha própria alimentação.
A saúde também não estava lá essas coisas.
Me achava uma fraude, como eu poderia prescrever ao meu paciente comida de verdade se eu não vivia essa realidade?
Se por falta de comprometimento com minha própria saúde eu vivia comendo industrializados?
Eu precisava dar um basta, essa situação me gerou tamanho desconforto (e acredito que só buscamos o crescimento por meio dele), então fui atrás.
Mesmo não cozinhando nada, sempre amei programas de culinária e colecionava receitas no celular para então fazer algum dia na minha existência!
E foi em uma quarta-feira à noite em 2017 que tudo começou a mudar.
Estava eu jogada no sofá depois de 14 horas cronometradamente trabalhadas.
Com uma fome descomunal e preguiça maior ainda, babando na Rita Lobo em sua “Cozinha Prática” fazendo meu prato favorito da infância – uma polenta molinha com espinafre.
A vontade foi tanta que me arrastei até ao armário e por um milagre tinha tudo o que precisava: fubá (obviamente ganhado da minha mãe), espinafre um tanto quanto murcho e um naco de parmesão meio duvidoso no fundo da geladeira.
Segui por rumo a receita dela e em 20 minutos eu tinha o mesmo prato na minha frente que ela estava fotografando, sujando um total de 1 panela e uma colher.
Aquilo foi uma epifania.
Era simples, saudável, gostoso e eu conseguia facilmente reproduzir.
Era aquele tipo de realidade que eu queria viver e orientar meus pacientes a experimentarem – o gosto da independência.
A partir daí fui me inspirando na praticidade dela, comprei seus livros e muitos outros.
Pesquisei técnicas rápidas e deliciosas de preparo, testando e adaptando as receitas para o que tenho em casa.
Tomei as rédeas da minha alimentação, vivendo de uma forma consciente da qual tenho orgulho!
Não vou mentir aqui e dizer que cozinho todos os dias, o trabalho não me permite.
Mas isso não é desculpa para priorizar a facilidade e esquecer todo o processo pelo qual passei.
Hoje eu planejo a minha semana entre compras e cardápios, cozinho para mim e para aqueles que amo, e até os bolos de aniversário dos últimos anos fui eu quem fiz!
Então, te convido a ir para a cozinha, resgate aquela receita guardada no fundo do baú, que você jurou fazer em alguma ocasião especial.
Se permita errar e acertar quantas vezes forem necessárias.
Cozinhar é isso, ousadia, prática e amor.
Não será fácil, mas nunca é, com comprometimento e constância tudo se encaixa.
Seja na alimentação, exercícios, desenvolvimento pessoal…não importa, só dê o primeiro passo hoje!
Daqui um tempo, você vai agradecer de ter começado.
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35 respostas para “O dia em que Rita Lobo mudou a minha vida”
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